I. P. do Brasil



IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL - SÍNTESE HISTÓRICA ILUSTRADA

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

         Presbiteriano desde 31-12-1961 quando fiz minha profissão de fé e fui batizado pelo Reverendo Abimael de Campos Vieira na então Congregação Presbiteriana Filadélfia de Alumínio, tenho procurado honrar os compromissos assumidos diante de Deus e dos homens de servir nosso Criador.

         Casei-me em 1965 com a jovem Claudineide, filha do ex missionário da JMN da IPB Claudino Batista Marra e sua esposa dona Antonia Bueno Marra. No mesmo ano fui eleito diácono e em 1975 presbítero na Igreja Presbiteriana de Alumínio, tendo o privilégio de servir nesses ofícios nas igrejas de Mairinque, Araçoiaba da Serra e atualmente na IP Rocha Eterna de Sorocaba, SP.

         Em 2010 criei um blog,escrevi e publiquei a história das IPBs nas quais servi e fiz postagens sobre outras igrejas de Sorocaba e região. Tenho publicado outros trabalhos não necessariamente sobre igrejas.

         Agora achei por bem fazer uma postagem mostrando através de transcrições a História da nossa amada Igreja Presbiteriana do Brasil. É o que se verá em seguida.

 

“Síntese Histórica da Igreja Presbiteriana do Brasil

 

(Alderi Souza de Matos)


Para sua melhor compreensão, a história da IPB tem sido dividida em períodos claramente delimitados. A seguir são apresentados os principais dados de cada um desses períodos.

 

1. Implantação (1859-1869)

O missionário fundador da IPB, Ashbel Green Simonton (1833-1867), da Igreja Presbiteriana do Norte dos EUA (PCUSA), chegou ao Brasil em 1859. Nos anos seguintes, ele criou a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro (1862), o jornal Imprensa Evangélica (1864), o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e o “Seminário Primitivo” (1867). Outras igrejas fundadas nesse período foram as de São Paulo, Brotas, Lorena, Borda da Mata e Sorocaba. Chegaram novos obreiros, como Alexander Blackford, Francis Schneider e George Chamberlain, e foi ordenado o primeiro pastor nacional, José Manoel da Conceição (1822-1873).

 

 

 2. Consolidação (1869-1888)

  Em 1869, chegaram os primeiros missionários da Igreja do Sul dos EUA (PCUS), George N. Morton e Edward Lane, que se estabeleceram em Campinas. Os missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de Minas, o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. Também atuaram no nordeste e no Norte, de Alagoas até a Amazônia. Os principais foram John R. Smith, John Boyle, DeLacey Wardlaw e George W. Butler. Por sua vez, os missionários da Igreja do Norte atuaram na Bahia e Sergipe e no sudeste-sul (do Rio de Janeiro a Santa Catarina). Em 1870, o Rev. Chamberlain fundou a Escola Americana de São Paulo, precursora do Mackenzie College, e em 1873 Morton e Lane criaram o Colégio Internacional, em Campinas. Entre os pastores nacionais desse período estiveram Modesto Carvalhosa, Antônio Trajano, Miguel Torres, Antônio Pedro de Cerqueira Leite, Eduardo Carlos Pereira, Zacarias de Miranda e Belmiro César. As igrejas-mãe também enviaram educadoras como Mary Dascomb, Elmira Kuhl e Charlotte Kemper.

 

 

3. Dissensão (1888-1903)

Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo, composto de três presbitérios, 20 missionários, 12 pastores e 60 igrejas. A IPB tornou-se autônoma, desligando-se das igrejas norte-americanas. O Seminário começou a funcionar em Nova Friburgo e depois se transferiu para São Paulo. O Mackenzie College foi criado em 1891, sendo seu primeiro presidente o Dr. Horace Manley Lane. Por causa da febre amarela, o Colégio Internacional foi transferido de Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon. A cidade de Garanhuns começou a tornar-se um grande centro da obra presbiteriana no Nordeste. Foram lançadas as bases de duas importantes instituições: o Colégio Quinze de Novembro e o Seminário do Norte. No final desse período a Igreja Presbiteriana chegou ao Pará, ao Amazonas e a Santa Catarina. A igreja também iniciou a ocupação do leste de Minas. Em 1903, o Rev. Eduardo Carlos Pereira e seus companheiros fundaram a Igreja Presbiteriana Independente.

 

 

 

 

 

4. Reconstituição (1903-1917)

 

Em 1906 o Sínodo contava com 77 igrejas e cerca de 6500 membros. Em fevereiro de 1907, o Seminário foi transferido para Campinas, ocupando a antiga propriedade do Colégio Internacional. No mesmo ano, o Sínodo dividiu-se em dois (Norte e Sul) e em 1910 foi organizada a Assembleia Geral, tendo como primeiro moderador o Rev. Álvaro Reis. Nessa época, a IPB já estava com 10 mil membros comungantes e cerca de 150 igrejas, em sete presbitérios. Em 1911, a igreja enviou a Portugal o seu primeiro missionário, Rev. João Marques da Mota Sobrinho. A Missão Sul da PCUS passou a atuar em duas frentes: Missão Leste (Lavras) e Missão Oeste (Campinas). O Rev. William Waddell fundou uma influente escola em Ponte Nova, na Bahia. Teve início a obra presbiteriana no Mato Grosso: os pioneiros foram Franklin Graham (1913) e Filipe Landes (1915). Em 1917, foi aprovado o Modus Operandi, um acordo entre a igreja brasileira e as missões norte-americanas pelo qual os missionários desligaram-se dos concílios da IPB, separando-se os campos nacionais (presbitérios) dos campos das missões.

 

5. Cooperação (1917-1932)

O maior líder desse período foi o Rev. Erasmo Braga (1877-1932). Em 1916, ele participou com dois colegas do Congresso da Obra Cristã na América Latina, no Panamá. Poucos anos depois, tornou-se o secretário da Comissão Brasileira de Cooperação, entidade que liderou um grande esforço cooperativo entre as igrejas evangélicas do Brasil. Foi fundado no Rio de Janeiro o Seminário Unido. Outros esforços cooperativos do período foram o Instituto José Manoel da Conceição, fundado pelo Rev. William Waddell em Jandira, perto de São Paulo (1928), e a Associação de Catequese dos Índios (1928), depois Missão Evangélica Caiuá, em Dourados (MS).

 

Em 1921, o Seminário do Norte foi transferido para Recife. Os principais periódicos presbiterianos eram O Puritano e o Norte Evangélico. Em 1921 morreu o Rev. Antônio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a primeira geração de obreiros presbiterianos no Brasil. Vários pastores deram valiosa contribuição de ordem intelectual e literária: Antônio Trajano (Álgebra Elementar), Eduardo Carlos Pereira (Gramática Expositiva), Otoniel Mota (O Meu Idioma) e Erasmo Braga (Série Braga).

 

6. Organização (1932-1959)

 

Nas décadas de 1930 a 1950, a IPB aperfeiçoou a sua estrutura, criando entidades voltadas para o trabalho feminino, a mocidade, missões nacionais e estrangeiras, literatura e ação social. Em 1940 foi organizada a Junta Mista de Missões Nacionais, com representantes da igreja e das missões norte-americanas. Em 1944 surgiu a Junta de Missões Estrangeiras e em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana da Amazônia. Também houve a criação da Casa Editora Presbiteriana (1945). Neste período, a IPB participou de vários outros movimentos cooperativos: Associação Evangélica Beneficente, Confederação Evangélica do Brasil, Sociedade Bíblica do Brasil, Centro Áudio-Visual Evangélico. Em 1957 a IPB contava com seis sínodos, 41 presbitérios, 489 igrejas, 369 ministros, 89.741 membros comungantes e 71.650 não-comungantes.

 

O período terminou com a comemoração do centenário do presbiterianismo no Brasil. A Campanha do Centenário foi lançada em 1946. Realizou-se uma grande campanha evangelística em 1952. Outras medidas foram a criação do Museu Presbiteriano, do Seminário do Centenário e do jornal Brasil Presbiteriano (1958), resultante da fusão de O Puritano e Norte Evangélico. O lema do centenário foi: “Um ano de gratidão por um século de bênçãos”.

 

7. Polarização (1959-1986)

 Nesse período, a igreja sofreu o forte impacto dos acontecimentos políticos ocorridos no Brasil, que resultaram no regime militar (1964-1984). Intensificou-se a polarização entre conservadores e progressistas que já vinha se manifestando há alguns anos. Os conservadores, defensores da teologia reformada tradicional, foram vitoriosos nesse confronto quando o Rev. Boanerges Ribeiro foi eleito presidente do Supremo Concílio, e reeleito duas vezes, a única vez em que isso ocorreu na história da IPB (1966-1978).

 

Boanerges foi sucedido por Paulo Breda Filho (1978-1986), o único presbítero a ocupar o cargo maior da igreja. Ao lado de grandes tensões, também houve desdobramentos construtivos como a transferência da Universidade Mackenzie para a IPB, a ampliação do trabalho de missões nacionais e estrangeiras, o aumento significativo do número de igrejas e concílios, e o crescimento numérico da denominação, que se aproximou da marca de meio milhão de membros comungantes e não-comungantes.


8. Período atual

 

Nas últimas décadas a IPB continuou a crescer e a diversificar as suas atividades. O ambiente político e teológico tornou-se mais conciliador, num ambiente de crescente pluralismo, mas ainda persistem tensões latentes. A igreja sofre o impacto dos novos movimentos que tem afetado o protestantismo brasileiro, especialmente nas áreas litúrgica e doutrinária. O neopentecostalismo tem exercido fascínio sobre muitos pastores e comunidades. No aspecto positivo, destacam-se a maior preocupação com a educação teológica, a criação de vínculos com igrejas reformadas ao redor do mundo, o investimento em missões transculturais, o notável crescimento na área de publicações e a utilização dos meios de comunicação de massa, como a televisão e a Internet.

 

Fonte: https://www.mackenzie.com.br/7088.html

 


IPB COMEMOROU O SESQUICENTENÁRIO

 

Na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro pastoreada pelo Rev. Guilhermino Cunha a Igreja Presbiteriana do Brasil, presidida pelo Rev. Roberto Brasileiro comemorou em 2009 o sesquicentenário da chegada do missionário Ashbel Green Simonton ao Brasil. A seguir, transcrição de uma das publicações sobre o grande evento: “A Igreja Presbiteriana do Brasil comemorou 150 anos no Brasil. A cerimônia aconteceu na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, considerada a igreja-mãe dos presbiterianos no País [Foto: Ricardo Stuckert/PR]

RIO DE JANEIRO [ 
ABN NEWS ] - Com a Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, no Centro da cidade, lotada por fiéis de todo o país e de 30 delegações estrangeiras, além da comissão executiva do Supremo Concílio, os presbiterianos comemoraram, nesta quarta-feira (12), os 150 anos da chegada da instituição ao Brasil com a realização de um ato cívico-religioso que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes, do senador Marcelo Crivella e outras autoridades, reunindo ainda representantes de todo o país, dos Estados Unidos, Angola, Porto Rico e outros, mais integrantes de várias outras congregações evangélicas e religiosa. 

O evento marcou a chegada ao Brasil do reverendo Ashbel Green Simonton, missionário enviado pela Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, em 1859 que contou na época com a proteção e o apoio do Imperador Dom Pedro II, que manteve grande e próxima amizade com Simonton e sua esposa Helen Murdoch. 

Segundo nota divulgada pela instituição religiosa, apesar da instalação da Igreja no Brasil ter acontecido em 1859, sua presença no País remonta há 452 anos, quando foi realizado o 1º Culto Reformado, na Ilha de Villegagnon, na Baía de Guanabara. 

A Igreja Presbiteriana do Brasil possui cerca de 800 mil membros, 5 mil pastores e 3,6 mil igrejas espalhadas por todo o território nacional. Entre 2003 e 2009, o número de membros da Igreja cresceu 56%. A instituição possui 300 estabelecimentos educacionais em 21 estados brasileiros, com 100 mil alunos matriculados, hospitais, orfanatos e um serviço de assistência aos indígenas, a Missão Evangélica Caiuá, em Mato Grosso.

Prefeito - Em seu discurso durante o evento, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ressaltou a importância histórica para a cidade da Igreja Presbiteriana, primeira em todo o país a formar uma comunidade, em torno do missionário americano Ashbel Green Simonton, que chegou ao Brasil em 12 de agosto de 1859. Simonton e a esposa Helen Murdoch estavam “presentes” durante o culto, representados por uma dupla de missionários, que atende a comunidades na Amazônia, vestidos com trajes do século XIX. 

– Quando Simonton veio para o Brasil, nos deu a honra de escolher o Rio de Janeiro como porta de entrada, para o início do seu trabalho de evangelização. E, ao longo desses 150 anos, a comunidade presbiteriana marcou de forma definitiva a cidade, com essa catedral onde estamos, uma jóia da arquitetura carioca e também porque a Igreja Presbiteriana foi testemunha e participou das transformações que a cidade passou, construindo seminários, escolas e colégios – explicou Paes. 

Governador - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, elogiou "a escolha" de Simonton pelo Rio de Janeiro lembrando que, em seu diário pessoal, o missionário considerou a cidade “o lugar mais lindo, mais singular e radiante que jamais havia visto”. “Posso constatar que se tratava, portanto, de um jovem de muito bom gosto” brincou o governador.

Depois da saudação feita pelo reverendo Guilhermino Cunha, da Catedral Presbiteriana, o presidente Lula, em seu discurso, exaltou o trabalho das igrejas evangélicas

Lula – "A semente plantada por Simonton encontrou solo fértil em meio ao nosso povo. Rapidamente, a igreja ganhou adeptos entre nós. E, sem divorciar-se dos laços históricos com o protestantismo europeu e americano, tornou-se uma religião de brasileiros que passaram a administrar a instituição, além de administrar os cultos. A institucionalidade alcançada ainda no Império se consolidou nesse século e meio de existência. E representou um fato fundamental para a criação de diversas outras denominações, contribuindo e muito para a diversidade e a liberdade religiosa no nosso país", definiu Lula.

O presidente Lula encerrou o ato elogiando o esforço da Igreja Presbiteriana em difundir os preceitos cristãos na sociedade, e defendeu que quanto mais as pessoas tiverem uma orientação religiosa voltada para a compreensão mútua e a tolerância, mais rapidamente se reduzirão os índices de violência, em todos os continentes. Ele também destacou a boa convivência entre as religiões no Brasil e lembrou que por ocasião do centenário da igreja, o então presidente Juscelino Kubistchek também prestigiou as comemorações na catedral.

– Nós brasileiros somos, por formação, um povo de fé. Sabemos respeitar e valorizar a religiosidade em suas mais diversas manifestações, e as diferentes matrizes culturais que nos formaram, também visíveis em nossas religiões, são um dos nossos maiores patrimônios nacionais. Intensificamos o diálogo com a sociedade e adotamos ações educativas, buscando promover o convívio saudável e respeitoso entre todas as religiões. São poucos os países do mundo em que a liberdade religiosa é praticada com tanta intensidade como ocorre em nosso país – defendeu Lula, admitindo, no entanto, que “existem ainda preconceitos herdados do passado”. 

Além do ato cívico foi inaugurado, ao meio-dia, um monumento escultório interativo do casal Simonton (Ashbel e Helen) na Praça Mauá e, às 19h30, foi celebrado um culto solene na Catedral Presbiteriana. 

História - No dia 12 de agosto de 1859, chegou ao Rio de Janeiro para pregar o Cristianismo, com formação calvinista, um jovem missionário americano, Ashbel Green Simonton e sua fiel e dedicada esposa Helen Murdoch. Esta é a data que marca o início dos trabalhos no Brasil, embora a fundação da igreja propriamente só tenha ocorrido em 1862. 

Antes de Simonton, muitos protestantes tentaram pregar o Cristianismo no Brasil, mas as tentativas foram fracassadas, porque a Igreja Católica Romana resistia à presença de protestantes na Nação Brasileira. Mas em 1859, o pastor americano encontrou a proteção de seu amigo pessoal, o Imperador Dom Pedro II, e pôde iniciar seu trabalho com segurança, pois o Imperador conduzia o País, reconhecido na época, como o mais liberal do mundo, do ponto de vista religioso e com Liberdade de Expressão e de Imprensa, asseguradas pelo próprio Imperador D. Pedro II. De 12 de agosto de 1859 a 12 de agosto de 2009, a Igreja Presbiteriana se expandiu, cresceu e consolidou suas bases no Brasil.